Rodrigues-Moura, EnriqueEnriqueRodrigues-Moura0000-0002-7204-01972021-03-252021-03-252021https://fis.uni-bamberg.de/handle/uniba/49605No Brasil, poucos são os textos que se conhecem escritos por pessoas escravizadas ou já alforriadas. Pelo menos, são escassos os localizados nas bibliotecas e nos arquivos luso-brasileiros. Por isso, chama muito a atenção que um texto fundamental como o manuscrito de uma congregação católica de africanos Mina, de 1786, aproximadamente, e conhecido desde 1881, por constar no Catálogo da Exposição de História do Brasil, só tenha sido editado em 2019, graças ao atento trabalho da historiadora Mariza de Carvalho Soares. O manuscrito inclui dois diálogos escritos por Francisco Alves de Souza, «preto e natural do Reino de Makii» (13), na Costa da Mina, nos quais ele dialoga com o alferes Gonçalo Cordeiro. Eis os dados bibliográficos desta muito esperada edição: Soares, Mariza de Carvalho (org.) (2019). Diálogos Makii de Francisco Alves de Souza: manuscrito de uma congregação católica de africanos Mina, 1786. São Paulo: Chão Editora, 238 páginas. [...] Em jeito de conclusão, aponto ainda mais um argumento em defesa de uma edição crítico-genética desta «Regra ou estatutos» da «Congregação dos Pretos de Mina-Makii». Se se tratar de um manuscrito autógrafo, como defende Carvalho Soares, bem que se justificará a conservação e estudo das peculiaridades da escrita, pois estas são de extrema utilidade para a história da língua na América Portuguesa e porque poderiam indicar algo da personalidade conhecida do autor-escrevente. Mas não só. Embora me considere um firme defensor das edições crítico-genéticas, neste caso concreto, pela importância indubitável do manuscrito, tanto pelo seu evidente valor filológico e histórico-cultural, como pela importância ética de editar um texto que serve para recuperar parte de uma silenciada memória histórica de não poucos brasileiros, muito bem-vinda seria uma comentada edição facsimilar, que permita ao leitor ter nas mãos, quase que na sua própria materialidade física, a «Regra ou estatutos» da «Congregação dos Pretos de Mina-Makii».porFrancisco Alves de SouzaDiálogos MakiiSlavery (Africa - Brazil)Transatlantic Studies460Francisco Alves de Souza dialoga com o alferes Gonçalo Cordeiro no Rio de Janeiro de fins do século XVIII : Achegas à edição de um testemunho manuscrito de uma congregação católica de africanos MinaFrancisco Alves de Souza dialogues with Ensign Gonçalo Cordeiro in late eighteenth-century Rio de Janeiro : Contribution to the edition of a handwritten testimony of a Catholic congregation of Mina Africansarticleurn:nbn:de:bvb:473-irb-496057